(POEMA DE ROSA KAPILA)
A ARANHA CRUZADA BEIJA A BOCA DA ABELHA
Para Diego El Khouri
Não falo de amor há muito tempo
/nem sobre aquele belo branco.
Eu dizia versos para amamentar meus seios.
Com um controle remoto na mão tenho a aurora.
Amarrada me uni a nada.
Rodo meu colar e ele fica bêbado até cair num bueiro.
Sangra,boca, que, por um instante ocupa todo o meu corpo.
Recordo
Delgado
Silencioso Bristol de zumbas calafetadas
/revive árvore de diadema carregada de frenesi
/de um mundo sem janelas.
Quero apenas um pote de sorvete,
/corpo,cadeira, sonhos afortunados.
Vou.Oceano Pacífico me espera
/dormindo sobre travesseiro de camomila.
Ansiedade partindo a hora
Luto entre metais retorcidos de perguntas.
Chegará a hora que o relâmpago azul será só meu.
Entrestecida a aurora chega.
Imperdível esse mundo de bocas calhordas.
Desprezem emigrem rujam para nostálgicos horizontes.
Escondam-se.
quarta-feira, 27 de agosto de 2014
quinta-feira, 21 de agosto de 2014
bom dia formigas
(POEMA DE ROSA KAPILA)
FORMIGAS NA JANELA ME DÃO BOM DIA
A formiga é pequena, mas elas são um exército quando juntas (Raul Seixas)
Para minha querida amiga Valma Lopes
Se dessa vida só levamos a alma, quero andar muito
/até chegar ao mar.
Eu e Margaret Atwood já estamos comendo na cozinha;
/na própria panela.
Assim fazem as pessoas sozinhas.
Por baixo desse corpo, sou quase um animal predador.
Perdi cinco páginas de poemas esperando passaporte.
Azedei.
Independência demais... diria meu pai.
Devemos substituir a criação pela autobiografia?
Qual título darei a esse poema?
Uma de minhas especialidades: catacumba.
Confeccionarei uma camisola estilizada.
Pés descalços, nervosos e fingimento.
Habitarei um castelo assustador
Se houver corujas fujo para uma catacumba
Volto à autobiografia: enquanto esperava o passaporte,
Alguém pisou no dedo mais sensível e querido meu.
Ai meus sais!
Você foi bem vindo e adeus você nega com uma mirada.
Limpo o ouvido para a arte de amar.
Sem Shakespeare não vivo.
FORMIGAS NA JANELA ME DÃO BOM DIA
A formiga é pequena, mas elas são um exército quando juntas (Raul Seixas)
Para minha querida amiga Valma Lopes
Se dessa vida só levamos a alma, quero andar muito
/até chegar ao mar.
Eu e Margaret Atwood já estamos comendo na cozinha;
/na própria panela.
Assim fazem as pessoas sozinhas.
Por baixo desse corpo, sou quase um animal predador.
Perdi cinco páginas de poemas esperando passaporte.
Azedei.
Independência demais... diria meu pai.
Devemos substituir a criação pela autobiografia?
Qual título darei a esse poema?
Uma de minhas especialidades: catacumba.
Confeccionarei uma camisola estilizada.
Pés descalços, nervosos e fingimento.
Habitarei um castelo assustador
Se houver corujas fujo para uma catacumba
Volto à autobiografia: enquanto esperava o passaporte,
Alguém pisou no dedo mais sensível e querido meu.
Ai meus sais!
Você foi bem vindo e adeus você nega com uma mirada.
Limpo o ouvido para a arte de amar.
Sem Shakespeare não vivo.
quarta-feira, 20 de agosto de 2014
a precariedade da sorte humana
POEMA DE ROSA KAPILA)
A PRECARIEDADE DA SORTE HUMANA
“estranho livro aquele que escreveste,
artista
da saudade e do sofrer! Estranho livro
aquele
em que puseste tudo o que eu sinto, sem
poder dizer” (Florbela Espanca)
Toda a carne que tenho
distribuída testa
/abaixo, dói.
E, ainda dizem que forte sou.
Eu ando, eu corro, eu penso em aparar aquela luva
/perdida por um astronauta, no interplanetário.
Eu invento “a lógica dos possíveis
narrativos” em lixo
/espacial.
O que me salva são os poetas de
antigamente,
/que me fazem companhia.
Avalio encantadores frutos e mistérios de pessoas
/escondendo seus sabores.
Penso nos grãos de areia que juntei
numa latinha
/de marrom glacê para
recompensas dar-me
/em formas irreais.
Imagino treinar feituras de sonetos, saltos ornamentais
/em cachoeiras, fluxos de energia no
Himalaia.
Penso muito na precariedade da sorte humana.
Lembro-me de um cajueiro velho de Pindamonhagaba.
Gosto de relembrar-me da casa do tio
Bob de Pinda
/e nos moranguinhos que
colhíamos pela estrada.
sábado, 16 de agosto de 2014
CORUJAS DAS TORRES
(POEMA DE ROSA KAPILA)
CORUJAS DAS TORRES
“Pra mim livro é vida; desde que eu era muito pequena,
os livros me deram casa e comida.”
(Lygia Bojunga Nunes)
MEUS LIVROS ABERTOS
EM PÚBLICO
SÃO MISTÉRIOS PARA O SOSSEGO
DE UMA VIDA.
MEU CORPO VAI VAGUEANDO
DE ENCOSTA EM ENCOSTA
ÀS VEZES NÃO QUERO PONTUAÇÃO
PORQUE PRECISO FAZER SAFÁRI
COM AS PALAVRAS
VENHO COMPONDO
A CENA MISTERIOSA
DOS LIVROS QUE LI
QUERO FAZER FALAR
ALGUMAS CRIATURAS
DE CHECOV & SHAKESPEARE.
A LUA ENTRE ÁRVORES
ME ANUNCIA A NOITE...
A NOITE QUE LI DE ALLAN POE
E MAIS:
SE O VIAJANTE NUMA NOITE
DENTRO DA NOITE VELOZ
NADA BRANCO À NOITE
SONHO DE UMA NOITE DE VERÃO
A NOITE DOS TEMPOS
CORUJAS DAS NOITES.
NÃO PRECISO MATAR A LUA
PRA TER NOITE.
sexta-feira, 15 de agosto de 2014
O LIVRO DAS CORUJAS: OLHO AS UVAS QUE SANGRAM EM TUA BOCA
O LIVRO DAS CORUJAS: OLHO AS UVAS QUE SANGRAM EM TUA BOCA: (POEMA DE ROSA KAPILA) OLHO AS UVAS SUAVES QUE SANGRAM EM TUA BOCA Olhei a senda da parede /meus olhos ficaram truncad...
OLHO AS UVAS QUE SANGRAM EM TUA BOCA
(POEMA DE ROSA KAPILA)
OLHO AS UVAS SUAVES QUE SANGRAM EM TUA BOCA
Olhei a senda da parede
/meus olhos ficaram truncados
/como uma via láctea em dobro.
Lembro seus braços brancos
/tal qual leite numa caçarola.
...Sensual cheiro em linda cabeleira.
Tenho um tango na manga.
Penso no amor dos marinheiros
/que deixam promessas.
O amor se reparte
/e é fugaz.
Venho de seus braços
/não sabia aonde iria.
Olho as uvas suaves que sangram
/em tua boca.
quinta-feira, 7 de agosto de 2014
sexta-feira, 1 de agosto de 2014
O LIVRO DAS CORUJAS: TOMEI UM CAFÉ SELVAGEM
O LIVRO DAS CORUJAS: TOMEI UM CAFÉ SELVAGEM: TOMEI UM CAFÉ SELVAGEM NUMA CASA SUBTERRÂNEA (ROSA KAPILA)
O RIO SEMPRE QUER SER VISITADO
O RIO SEMPRE
QUER SER VISITADO
“As lagartas
cabeludas que caíam
/dos seus
galhos e voltavam a subir,arrastando-se
/me
ensinaram a determinação”.
(Clarissa
Pinkola)
O RIO SEMPRE QUER SER VISITADO
O RIO SEMPRE
QUER SER VISITADO
“As lagartas
cabeludas que caíam
/dos seus
galhos e voltavam a subir,arrastando-se
/me
ensinaram a determinação”.
(Clarissa
Pinkola)
Assinar:
Postagens (Atom)