domingo, 23 de junho de 2013


Rosa Kapila

                    EU  VEJO, DISSE O CEGO

PROCURO PALAVRAS
NA SEMI-COLA
QUE NUNCA ANDARAM JUNTAS
PORQUE AS PESSOAS TÊM SEUS ENREDOS...
E NÃO HÁ HISTÓRIA QUE CONSIGA
DAR CONTA DE TANTOS TEMAS
SE EU SOUBESSE O QUE DIRIA O POEMA, NÃO
PRECISARIA ESCREVÊ-LO.
SE  UM VENCEDOR   NUNCA FOGE
UM FUJÃO NUNCA VENCE.
NA CINELÂNDIA  MONTINHOS DE FOLHAS
CHUTADAS, PISADAS, CUSPIDAS, AMASSADAS, BAILAM
ENQUANTO BATO PAPO
COM UM  MENDIGO COM DUAS RODELAS CORTADAS NA CALÇA, NO BUMBUM...
FIQUEI SENTADA EM FRENTE AO  AMARELINHO POR DUAS HORAS
OLHANDO  QUEM FAZ NADA.
NEBULAS NOS OLHOS.
TOMO A SECO UM ANADOR
ARMADILHAS DE UMBERTO ECO
NO  "DIÁRIO MÍNIMO".
SEIS  CEGOS E O ELEFANTE.
UM DOS CEGOS, BATENDO COM SEU CAJADO
EM   CIMA DE MEU SAPATO TUM TUM TUM
ME DIZ: "EU VEJO".
ENTRAR NO ESPELHO
ESTAREI NUM MUNDO QUE DEU ERRADO?
PASSEI PELA RUA MANUEL DE CARVALHO
E MATUTEI: O NOME DE MEU AVÔ.
EM PLENA CINELÂNDIA.

 

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