terça-feira, 7 de outubro de 2014

Naquela noite escorei meu espanto no travesseiro



(POEMA DE ROSA KAPILA)
NAQUELA NOITE ESCOREI MEU ESPANTO NO TRAVESSEIRO

Em minha Caixa de Pandora
/versos de pés quebrados
Para sempre abre-te sésamo
/desse chão - estrada.
Jardins, regatos, vem música me abraçar.
Vou pro mar, “ele me dar muitos poemas”.
Antes bati prego numa porta
/para que ela não exista mais.
Olhei para trás e vi que minha janela
/preferida, voou.
Bancas de jornais : revistas e amendoins.
Esta noite intuitivamente imagino a janela –
/-agora com música voando por dentro dela.
Quero um lugar onde possa
/comer lichia descansada de mente.
Pedrona para sentar-me.
Queria ter paciência com:
Minha preguiça
Calafrios.
Ouço nomes
Um amigo do passado, passa
/pergunta se eu quero um pedaço
/do Muro de Berlim.
Eu quis sorrir.
Naquela noite escorei meu espanto no travesseiro.


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