sábado, 10 de agosto de 2013

VERDES OVOS DE RÃS



(ROSA MARIA DOS SANTOS KAPILA)                                                                                                                                               VERDES  OVOS DE RÃS
SENHORITA DOS 1.000 BLOGS
“A poesia é a linguagem em estado de crise”
( Mallarmé )
Para  Nadia Possaty, uma de minhas gurus


Eu sou uma rosa de carne
E  tomo emprestada a imaginação  de meus poetas...
Vou lamber  meus  dois limões  chineses de hoje
Para azedar-me  bem em energia.
São essas coisinhas  reveladas que formam
Uma imensa touca espiritual.
Como eu gosto daquela tênue linha entre sonho
E dia
Vou sonhando
Vou condensando
Eu e  Nadia  Possaty
Daqui a pouco vamos dar uma  cafungada
No pescoço  do  mar.
Sonhei que cansei...
Eu faria  uma fritada com ovos de  rãs...
Mas eles estavam verdes
E eu os punha  para amadurecer.
Estávamos  na cozinha... Nadia  puxando a saia
De uma parte pudenda.
Quero uma poesia   de forma usável
Porque a idéia de minha poesia  é radicalizar
Num faz de conta  de tristeza eterna
E   de muita amargura
Tudo isso  forma  onda de teorias
Quero dizer que
A rebelde está viva
Por isso  eu escrevo  sobre sonho
Sobre sinfonias  de reconstrução
Sobre um minuto da fúria da Natureza
De vidas partidas ao meio
De pessoas que já nascem sobreviventes.
Hoje é um  escuro dia,  perfeito para
Uma espera do Luar.
A sina da rosa-carne é ser transitória
Como o beija-flor.




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