(ROSA MARIA DOS SANTOS KAPILA)
VERDES OVOS DE RÃS
SENHORITA DOS 1.000 BLOGS
“A poesia é a linguagem em estado de crise”
( Mallarmé )
Para Nadia Possaty, uma de minhas
gurus
Eu sou uma rosa de carne
E tomo emprestada a imaginação de meus poetas...
Vou lamber meus dois limões
chineses de hoje
Para azedar-me bem em energia.
São essas coisinhas reveladas que
formam
Uma imensa touca espiritual.
Como eu gosto daquela tênue linha entre sonho
E dia
Vou sonhando
Vou condensando
Eu e Nadia Possaty
Daqui a pouco vamos dar uma
cafungada
No pescoço do mar.
Sonhei que cansei...
Eu faria uma fritada com ovos
de rãs...
Mas eles estavam verdes
E eu os punha para amadurecer.
Estávamos na cozinha... Nadia puxando a saia
De uma parte pudenda.
Quero uma poesia de forma usável
Porque a idéia de minha poesia é
radicalizar
Num faz de conta de tristeza eterna
E de muita amargura
Tudo isso forma onda de teorias
Quero dizer que
A rebelde está viva
Por isso eu escrevo sobre sonho
Sobre sinfonias de reconstrução
Sobre um minuto da fúria da Natureza
De vidas partidas ao meio
De pessoas que já nascem sobreviventes.
Hoje é um escuro dia, perfeito para
Uma espera do Luar.
A sina da rosa-carne é ser transitória
Como o beija-flor.
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